domingo, 12 de dezembro de 2010

Jogos: Mass Effect 3

Promo do Mass Effect 3


Finalmente, foi anunciado o último jogo da trilogia Mass Effect. Depois da informação ter vazado no site de compras da EA, segundo o Gamespot.com, o jogo será lançado para PC e consoles (X360, PS3) em 2011.

Ano que vem promete, além de ME3, Dragons Age 2, Diablo III e o que seria, na minha opinião, o MMORPG mais emocionante até hoje, o Star Wars: The Old Republic (prometido para meados do segundo quarto de 2011).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Saúde Renal: Hemodiálise I

Seguindo a série "Saúde Renal", gostaria de falar um pouco sobre um dos tratamentos que substitui a função dos rins; a hemodiálise. Nesta série de postagens sobre o assunto, falarei sobre hemodiálise. A idéia é exatamente alertar as pessoas que, diferente de nós, renais, ainda têm chances de evitar a insuficiência renal, com alimentação saudável, exercícios, controle da hipertensão, da glicose e do sódio.

Como muitos sabem ou deveriam saber, a insuficiência renal é uma doença silenciosa, pouco divulgada na mídia e muito grave, basicamente causada por hipertensão arterial e/ou diabetes. É curioso, como as pessoas não dão valor à coisas tão simples, como beber água, comer frutas e verduras à vontade, beber suco, etc.
Bem, o controle de ingestão de líquidos e alimentos é 40% do tratamento de um renal crônico. Outros 40% são relacionados à chamada "Terapia Renal Substitutiva", aqui falaremos mais especificamente da Hemodiálise.

Simplesmente falando, a hemodiálise é utilizada para substituir a função renal, mas não substitui totalmente. A HD tem dois trabalhos: retirar do organismo todo o excesso de elementos como fósforo e potássio e a eliminação do líquido que fica acumulado no corpo. Todas as outras funções são substituídas por medicações e/ou compostos vitamínicos, como carbonato de cálcio e Renagel (que ajuda a expelir o fósforo em excesso), Complexo B e Ácido Fólico e hormônios sintéticos, como a Eritropoetina (ajuda a controlar a anemia) e o Calcitriol (Vitamina D).

O rim normal filtra 100mL de sangue por minuto. São 6L por hora, 144L por dia e 1008L por semana.
A diálise, em média, filtra 300mL de sangue por minuto. São 18L por hora, 72L por 4h de HD e 216L por semana em 3 sessões de hemodiálise.
Ou seja, em uma semana, o rim normal filtra 1008 litros de sangue, enquanto que três sessões de hemodiálise filtram apenas 216L, quase cinco vezes menos. Apensar de não ser o ideal, a hemodiálise é suficiente para manter o paciente vivo e produtivo.
Fonte: http://www.mdsaude.com/2008/11/hemodilise-parte-i-entenda-como.html


Diferente de problemas graves em outros órgãos, como insuficiência cardíaca, pulmonar, etc. a função renal tem como ser substituída com um nível relativamente tranquilo de segurança.



É assim que tudo começa. Por se tratar de uma doença silenciosa, você só descobre que não possui mais função renal quando já se torna sintomático. Muitas vezes a pessoa está tão ruim que é internada diretamente em CTI. E este catéter é a primeira ponte, temporária, ao mundo dos renais crônicos e à hemodiálise. Detalhe: é a parte mais clara do catéter que vai dentro do corpo, mais especificamente na subclávia (mais pro ombro) ou na jugular (no pescoço). No começo é difícil, pois não pode molhar o curativo que protege os pontos que seguram o catéter. Muita gente prefere enrolar um saco de lixo no pescoço pra não molhar e ainda assim não consegue evitar. Aí você acorda, num belo dia, com um febrão de 40º. Ou seja, infecção. Você corre na clínica e recebe doses de antibióticos (geralmente Vancomicina e Gentamicina), sendo muitas vezes, necessário trocar o catéter. Também não consegue dormir direito, pois se você deitar no lado do catéter, pode dobrá-lo e inutilizá-lo, sendo necessário colocar outro.

Você pode ver a colocação de um catéter neste vídeo do YouTube.
http://www.youtube.com/watch?v=fXeuB1P8sDs

Depois de alguns dias, semanas ou até meses, o catéter é substituido por um acesso artério-venoso mais permamente, chamado de FAV (Fístula Artério-Venosa).
Como a diálise necessita de um acesso mais resistente, não é possível utilizar as veias dos braços. Com nem cinco minutos da primeira sessão, arrebentariam com o alto fluxo de sangue necessário para fazer a filtração dentro do tempo estipulado. A fístula é a união de uma veia (cefálica) com uma artéria (braquial).
Você pode ver como uma fístula é criada neste vídeo do YouTube.
http://www.youtube.com/watch?v=z18t1J2iiek
Mesmo com anestesias, você ainda sente tudo o que fazem no braço. Basicamente, mandam você para o bloco cirúrgico e o colocam em posição tipo "crucificado", com os braços abertos. Com a anestesia (geralmente local), o braço fica dormente, mas o peso dele e a posição faz com que você sinta dor. A cirurgia dura aproximadamente 30 minutos. Depois deste passo, você ainda precisa dialisar, no mínimo um mês com o catéter, enquanto a fístula "cresce". Com exercícios que você faz com uma bolinha de borracha (iguais aquelas usadas na doação de sangue), a fístula vai ficando grossa e possibilita o fluxo alto de sangue, bem melhor até que no catéter. Abaixo, você pode ver o esquema que mostra o processo da hemodiálise na fístula.




Na proxima postagem, entrarei em detalhes sobre o processo da Hemodiálise em si. 



terça-feira, 14 de setembro de 2010

Jogos: Fallout 3 e Curiosidades

Da Agência Fapesp

Videogames estimulam decisões rápidas
Uma boa notícia para os pais que se preocupam com os filhos que passam longas horas envolvidos com videogames. Segundo estudo feito na Universidade de Rochester, no Reino Unido, jogos eletrônicos podem ajudar seus usuários a tomar decisões mais rapidamente. E, apesar de mais rápidas, as decisões não são menos exatas.
Segundo pesquisa publicada nesta terça-feira (14/9) na revista Current Biology, os jogadores desenvolvem uma maior sensibilidade ao que está ocorrendo em sua volta e esse ganho não apenas faz com que melhorem a pontuação nos games, mas também pode resultar na melhoria de habilidades empregadas em diversas outras tarefas.
Os pesquisadores examinaram dezenas de jovens com entre 18 e 25 anos que não costumavam jogar games eletrônicos, seja em computador ou em consoles. Os voluntários foram divididos em dois grupos. O primeiro praticou 50 horas de títulos de ação populares, como Call of Duty 2 e Unreal Tournament, e o segundo praticou o mesmo tempo, mas com o estratégico e mais lento The Sims 2.
Após o período de treinamento, os participantes foram submetidos a testes nos quais os pesquisadores pediram que fossem respondidos o mais rapidamente possível.
Os jovens tinham que olhar para telas de computador e responder questões simples sobre as imagens – por exemplo, em uma tela cheia de pontos se eles, na média, estavam se movendo mais para a direita ou para a esquerda. Para que não se limitassem à percepção visual, os voluntários tinham que resolver tarefas que envolviam a audição.
Os resultados indicaram que aqueles que treinaram com jogos de ação foram até 25% mais rápidos do que os outros para chegar a uma conclusão. Apesar de mais rápidos, acertaram tantas questões como aqueles que praticaram com o game de estratégia.
“Os jogadores de games de ação são tão eficazes quanto, mas são mais rápidos do que os demais. Eles tomam mais decisões corretas por unidade de tempo. Se você for um cirurgião ou estiver no meio de um campo de batalha, essa habilidade pode fazer a diferença”, disse Daphne Bavelier, um dos autores do estudo.
A cientista explica que as pessoas tomam decisões com base em probabilidades que são constantemente calculadas e refinadas em seus cérebros. O processo é chamado de inferência probabilística.
O cérebro acumula continuamente pequenos pedaços de informações visuais ou auditivas à medida que a pessoa depara com uma cena, eventualmente reunindo o suficiente para poder tomar o que acredita ser uma decisão acertada.
“As decisões nunca são apenas preto ou branco. O cérebro está sempre computando probabilidades. Quando dirigimos um veículo, por exemplo, podemos ver um movimento brusco à esquerda, estimar se corremos risco de colisão e, com base nessa probabilidade, tomar uma decisão binária: frear ou não frear”, disse.
Segundo o grupo britânico, os cérebros dos jogadores de games de ação são coletores mais eficientes de informações visuais e sonoras e, portanto, atingiriam mais rapidamente a quantidade de informação de que necessitam para tomar uma decisão.
O artigo Improved Probabilistic Inference as a General Learning Mechanism with Action Video Games(doi: 10.1016/j.cub.2010.07.040), de Daphne Bavelier e outros, pode ser lido por assinantes da Current Biology em www.current-biology.com.

Só pra comentar, eu concordo com o resultado desta pesquisa. A nossa vida é mesmo, um conjunto de probabilidades. Desde o acordar até a noite, nosso cérebro está sempre "contabilizando" a melhor opção, aquela que nos levará ao melhor resultado, com a menor chance de risco. Mas normalmente, não temos muitas oportunidades de "treinar" esta capacidade. E nos jogos, especialmente os FPS, muitas vezes somos "jogados" em uma situação em que precisamos pensar rápido e encontrar uma solução para um problema, da forma mais eficiente possível. Acaba realmente se tornando um ótimo treinamento para nossas vidas, em que somos obrigados a tomar decisões rápidas, com o mínimo de informações possível. A única diferença é que não podemos salvar e recarregar de onde paramos, se algo der errado.
Isso me lembra de um jogo, que inclusive estou jogando pela segunda vez, chamado Fallout 3. Para quem ainda não conhece, é como um RPG em primeira pessoa. A história, muito boa por sinal, leva o jogador a viver a possibilidade dos Estados Unidos pós-guerra nuclear. Mais especificamente, pela região de Washington, DC. 
  Washington, DC. A.K.A., Capital Wasteland.
Para a tranquilidade de muitas pessoas, uma empresa chamada Vault-Tec criou e disponibilizou para um grupo seleto de pessoas, a possibilidade de refugiarem-se em uma construção subterrânea, chamada Vault (traduzindo literalmente, Cofre). E é aí que o nosso personagem começa sua vida. De forma extremamente inteligente, você começa a história como uma lembrança, quando sua mãe dá a luz, e em seguida você já começa a ter missões, quando ainda bebê que mal aprendeu a caminhar. Este é o período em que você começa a "configurar" a personalidade do seu avatar.
E por aí vai, até que você é obrigado a deixar o local e fugir para fora do Vault 101 (mais tarde, descobre-se outros, Washington afora) e enfrentar os perigos de um território devastado, infestado de animais mutantes, gangues de assassinos por encomenda, de escravos, seres humanos "zumbis" e por aí vai.
Baratas gigantes? Os avatares femininos não vão gostar disso!
E o jogo é realmente incrível. Em um mapa tamanho gigante, sem aqueles "Loading, please wait" característicos, você pode caminhar, literalmente, por dias, vendo as trocas de dia e noite (a recomendação é tentar evitar explorar à noite, ao menos no início), os dias da semana passam, do mês e do ano. Mas você não é obrigado a caminhar sempre, em um determinado momento, você pode ir até o mapa e escolher aonde quer ir, desde que o local já tenha sido descoberto. A passagem de tempo real é bem menor, mas o tempo do jogo é o mesmo.
O mapa é realmente gigantesco, com inúmeros locais para explorar.
O jogo é basicamente não-linear, ou seja, você não é guiado por um "poder maior" que só permite andar em locais do seu próprio nível. Se você for do tipo "explorador curioso", muito provavelmente vai encontrar algo como um Super Mutant com um Lançador de Míssil ou uma Gatling Gun enquanto você anda com uma pistola 10mm, o que muito provavelmente significará sua morte prematura.
Também, assim como muitos RPGs (como em Neverwinter Nights), seu personagem é julgado pelas escolhas que toma. Ele pode ser mau, executando NPCs (non-playable character, ou personagem não-jogável) em troca de dinheiro (que aliás, a moeda corrente é a tampinha de garrafa de Nuka-cola), coletando escravos, etc. e em troca, consegue se relacionar melhor com NPCs maus, inclusive adquirir como compania personagens com este tipo de "alinhamento moral", ou você pode ser bom, fazendo o bem sempre que pode. Só que em um mundo tão corrompido, você com certeza pode ter problemas, como de repente descobrir que está sendo caçado por um grupo de mercenários pagos por alguém que não gosta de um "bom samaritano" ajudando os outros.
Estes são os caras bons, protetores dos fracos e oprimidos. E bem armados.
Você pode ter um companheiro pra ajudar nas viagens, seja como um atirador ou alguém que carregue sua "tralha". E COMO você carrega coisas. Só pra dar uma idéia, este é um mundo que raramente você encontra algo de comer ou beber que não seja contaminado por radiação. E você precisa cuidar o indicador, senão acaba virando zumbi. Portanto, além de ser obrigado a carregar comida e água, deve também ter sempre um remédio anti-radiação (que existe em dois tipos, um pra evitar e outro pra eliminar). Você também pode pagar um médico pra fazer isso.
Além dos remédios, você tem uma quantidade incrível de equipamentos para encontrar e carregar. Você tem armas, desde uma pistola 10mm, um cacetete, barras de ferro, rifles tipo AKs, lança-míssil, lança-chamas, lançadores de mini-bombas nucleares (chamados Fatman, ou "O gordo) até armamentos mais modernos, como rifles laser, de plasma e até uma arma alienígena, raríssima, encontrada nos destroços de um UFO caído. Muito eficiente aliás, pulveriza o inimigo em um ou dois tiros. E tem também as armas que você faz utilizando itens como aspiradores de pó, carrinhos de brinquedo, granadas com garrafas de refrigerante e por aí vai.
Além disso, há o equipamento de proteção, como as armaduras e capacetes. A gama de possibilidades é enorme, desde roupas comuns, armaduras simples até as chamadas Power Armor, com os maiores níveis de proteção mas que requer um treinamento especial para utilizá-las.
O mais interessante disso tudo, talvez, é que tudo o que você faz no seu personagem, aparece. Se você troca uma arma por outra, aparece. Se coloca a arma nas costas ou no coldre, aparece. Se você troca de armadura também aparece. Tudo isso ajuda a dar uma sensação de imersão na história, de realmente fazer parte.
Este sou eu. Power Armor protótipo roubada do governo, rifle de plasma nas mãos.
Falando em ação, este jogo traz uma inovação chamado VATS (Vault -Tec Assisted Targeting System), é um sistema assistente de mira. Normalmente em um FPS (jogo de tiro em primeira pessoa), você simplesmente mira em quem quer atirar e atira. Em Fallout 3, você realmente mira. Ao apertar a tecla V, aparece na tela uma lista de locais onde você pode atirar no personagem, cada um com uma barra de vida e um valor em porcentagem, referindo-se à probabilidade de acertar tal local. Embaixo você tem o nome da "vítima" e várias barrinhas, que são a vida do possível atingido. Se estiver em verde, é amigo (ou não-inimigo). Se vermelho, é inimigo.
Meu companheiro não foi machucado durante este screenshot.
Ainda, na parte inferior direita há uma barra chamada "AP". Esta se refere à quantidade de tiros que você pode dar usando o VATS. Geralmente, quanto mais poderosa a arma, menos tiros você tem direito. Se o personagem tiver uma arma na mão direita e você atirar neste braço até eliminar a barra, ou ter a sorte de acertar um crítico, ele larga a arma no chão. Chance pra você dar o golpe final até que ele puxe outra arma, pegue a caída do chão ou até fuja. Se você atirar nas pernas o personagem fica se arrastando, caminhando com difilculdade. Se atirar na cabeça, mata mais rápido ou causa dificuldades dele mirar em você com precisão. E tudo isso pode acontecer com você, também.
Quanto ao som, Fallout 3 não fica muito para trás. Assim como em Grand Theft Auto, você tem a possibilidade de escutar duas emissoras de rádio. Pode parecer que a comparação não é das melhores, já que GTA possuia inúmeras emissoras. Mas deve-se lembrar que vivemos em um país pós-apocalipse, onde duas rádios já é mais do que se poderia esperar. Uma delas é a Enclave Radio, estação mantida pelo governo (ou uma organização parecida com um governo), quase uma "Café com o Presidente", onde a figura usa o espaço para dar falsas esperanças e espalhar mentiras. A outra emissora é a GNR, ou Galaxy News Radio, encabeçada por uma figura muito curiosa chamado Three Dog. Com a proteção dos Brotherhood of Steel, organização militar que protege o povo, o radialista vai falando sobre as coisas que vão acontecendo na história de fundo, em geral tudo onde você se envolve. É muito interessante ouvir o Three Dog falando e agradecendo pelo que você fez, como por exemplo quando você salva uma cidade do ataque de formigas-mutantes gigantes que cospem fogo, ou quando você resgata uma equipe de mercenários "bonzinhos" de um prédio infestado de Super Mutantes.
Mas não é só falatório. Esta rádio têm uma seleção de músicas, apesar de poucas e um tanto antigas (tipo anos 40), mas muito boas. Não sei exatamente se são realmente muito boas, ou se você acaba gostando de tanto ouvir.
Duas estações é muito pouco, mas para uma cidade em ruínas até que está bom.
E os gráficos, bom, não é necessário falar. Os criadores dos cenários foram para Washington, tiraram fotos, fizeram estudos e o resultado ficou bastante claro. Resumindo, detalhes muito bem trabalhados, seja de água, de prédios destruidos, tanto à distância quanto perto. Apesar do tamanho do mapa, você não se perde. Toda a experiência audiovisual desta aventura faz com que você se sinta parte dela. E a cada vez que você resolve repetir desde o início, muitas das coisas que você viveu da primeira vez acontecem de forma diferente, apesar da história principal ser sempre a mesma.
Infelizmente, você encontra alguns bugs que podem atrapalhar. Como por exemplo, se você eliminar um grupo de exploradores de escravos antes de pegar esta missão, esta se torna impossível de cumprir. Mas os prós superam infinitamente os contras.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Saúde Renal: Um apanhado geral

Olá!

Hoje, gostaria de comentar sobre um assunto que, infelizmente, insiste em ocupar a minha mente e o meu corpo nos últimos quatro anos.

Um dos órgãos mais importantes do nosso corpo, responsável por inúmeras e importantes funções, diferente do que muita gente sabe, é realmente o rim. Talvez por um órgão tão pequeno ser responsável por tanta coisa, seja o motivo de termos dois deles, e, como em todo ser humano, só sentimos a falta de algo quando perdemos.

No adulto, o rim tem cerca de 11 a 13 cm de comprimento, 5 a 7,5 cm de largura, 2,5 a 3 cm de espessura, com aproximadamente 125 a 170 gramas no homem e 115 a 155 gramas na mulher.

Cada rim é formado por cerca de 1 milhão de pequenas estruturas, chamadas néfron. Cada néfron é capaz de eliminar resíduos do metabolismo do sangue, manter o equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico do corpo humano, controlar a quantidade de líquidos no organismo, regular a pressão arterial e secretar hormônios, além de produzir a urina. Por esse motivo dizemos que o néfron é a unidade funcional do rim, pois apenas um néfron é capaz de realizar todas as funções renais.


Funções dos rins

Além de excretar substâncias tóxicas, os rins também desempenham muitas outras funções. Abaixo estão listadas as principais funções renais:
  • Eliminar substâncias tóxicas oriundas do metabolismo, como por exemplo, a uréia e creatinina;
  • Manter o equilíbrio de eletrólitos no corpo humano, tais como: sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, bicarbonato, hidrogênio, cloro e outras;
  • Regular o equilíbrio ácido-básico, mantendo constante o pH sanguíneo;
  • Regular a osmolaridade e volume de líquido corporal eliminando o excesso de água do organismo;
  • Excreção de substâncias exógenas como por exemplo medicações e antibióticos;
  • Produção de hormônios: eritropoetina (estimula a produção de hemácias), aldosterona (eleva a pressão arterial), cininas e prostaglandinas;
  • Modificar a forma da vitamina D que chega ao rim depois de ser convertida em uma forma possível de ser transportada pela corrente sanguínea no fígado transformando esta num hormônio cuja função principal é aumentar a absorção de cálcio no intestino e facilitar a formação normal dos ossos;
  • Produção de urina para exercer as suas funções excretórias.

Inicialmente, o sangue passa por um vaso chamado arteríola aferente, pelo glomérulo e sai pela arteríola eferente. O sangue é filtrado ao passar pelo glomérulo, em um processo chamado filtração glomerular. A quantidade de líquido que passa do glomérulo para a Capsula de Bowman (conhecido como filtrado glomerular) é muito grande, cerca de 170 litros por dia, sendo 99% desse total reabsorvidos pelos túbulos renais, resultando em aproximadamente 1,7 a 2 litros de urina por dia.

(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rim)


Ou seja, quando os nossos rins falham causando Insuficiência Renal (pode ser crônica ou aguda), nosso corpo começa a acumular "toxinas" que deveriam ser expelidas via urina. Acima de cada rim há uma glândula chamada supra-renal. Como as glândulas supra-renais têm sua função atrelada aos rins, sua insuficiência causa também a diminuição na produção de hemácias (causando anemia). Os rins também são responsáveis por um processo chamado sistema renina-angiotensina-aldosterona, um conjunto de peptídeos, enzimas envolvidos em especial no controle do volume de líquido extracelular e na pressão arterial.

Alguns dos sintomas que indicam alguma disfunção renal podem ser; 
  • Inchaço em certas partes do corpo, como tornozelos, pés, rosto, abdômen, etc. hipertensão e pouca urina, por conta da retenção hídrica;
  • Enjôos, gosto ruim na boca (algo como amônia) e até alucinações, pelo acúmulo de uréia;
  • Cansaço muito forte, falta de apetite e até sangue nas fezes e urina, indicando anemia;
  • Sede (pelo excesso de sódio), câibras por todo o corpo (pelo excesso de potássio), coceiras (pelo excesso de fósforo).

Apesar de muito pouco (ou nada) divulgada pelo governo e imprensa, a Insuficiência Renal é uma doença gravíssima e incurável (em casos crônicos). Os tipos de tratamentos que existem, são indicados de acordo com os níveis de função renal.

Uma boa maneira para avaliar a função renal é através da estimativa da filtração glomerular (FG) pela medida da depuração de creatinina, a qual constitui um bom índice da função renal e deve ser utilizada para o diagnóstico de insuficiência renal crônica.





  • Fase de função renal normal sem lesão renal: inclui os pacientes nos chamados grupos de risco para desenvolvimento de IRC (hipertensos, diabéticos, etc.), mas que ainda não desenvolveram lesão renal.
  • Fase de lesão renal com função renal normal: existe lesão renal em fase inicial com filtração glomerular acima de 90ml/min/1,73m2.
  • Fase de insuficiência renal funcional ou leve: ocorre déficit de função renal com ritmo de filtração glomerular entre 60 e 89ml/min/1,73m2. Nessa fase os níveis de uréia e creatinina são normais e não há sintomas clínicos importantes.
  • Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada: a avaliação laboratorial mostra níveis elevados de uréia e creatinina com ritmo de filtração glomerular entre 30 e 59ml/min/1,73m2. O paciente apresenta sinais e sintomas discretos de uremia, mantendo-se clinicamente bem.
  • Fase de insuficiência renal clínica ou severa: existem sinais e sintomas evidentes de uremia e ritmo de filtração glomerular entre 15 e 29ml/min/1,73m2.
  • Fase de insuficiência renal terminal ou dialítica: os rins não conseguem manter a homeostase do meio do organismo e o paciente encontra-se intensamente sintomático, necessitando de diálise ou transplante renal como tratamento. O ritmo de filtração glomerular é inferior a 15ml/min/1,73m2.

(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Insuficiência_renal_crônica)

Lembrando:
A creatinina é um produto da degradação da fosfocreatina (creatina fosforilada) no músculo, e é geralmente produzida em uma taxa praticamente constante pelo corpo — taxa diretamente proporcional à massa muscular da pessoa: quanto maior a massa muscular, maior a taxa.
Através da medida da creatinina do sangue, do volume urinário das 24 horas e da creatinina urinária é possível calcular a taxa de filtração glomerular, que é um parâmetro utilizado em exames médicos para avaliar a função renal.
Fonte: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Creatinina)

Os tipos de tratamento podem ser:
  • Tratamento conservador: Quando a pessoa ainda retém função renal acima de 10%. Consiste de medicação e controle alimentar (proteína animal, sódio). É o tratamento inicial, geralmente preparação para a insuficiência renal grave e ao tratamento dialítico.
  • Hemodiálise, Diálise Peritoneal: Estes já são os tratamentos indicados para pacientes com Insuficiência Renal grave, chamados também de Terapia Renal Substitutiva, onde existe pouco ou nada de função renal. Como são um assunto à parte, bastante extensos, deixo para uma próxima vez sua explicação.
  • Transplante: Diferente do que muitos pensam, o transplante não é cura e sim um tratamento para o último nível de insuficiência renal, chamado Insuficiência Renal Terminal, quando apenas a diálise e o transplante são tratamentos viáveis. Resumindo, é uma cirurgia em que se utiliza um rim de uma pessoa com morte cerebral (chamado Rim cadáver) ou de pessoa da família devidamente compatível (entre vivos). Falarei mais sobre transplante renal em oportunidade próxima.

Quando o paciente está em diálise, há uma restrição grande de alimentos e líquidos. Já que todos os legumes, verduras, grãos, frutas, etc. são plantados utilizando adubos à base de fósforo e potássio, deve-se conhecer aqueles com níveis destes elementos em maior abundância e evitá-los, já que por exemplo, o fósforo em quantidades altas no organismo pode causar danos nas glândulas paratireóides e o potássio, contrações musculares.

Entre os alimentos com níveis altos de potássio, encontramos a banana, laranja, o chocolate (por conta do cacau), água de côco, mamão, melão, feijão (sendo o preto o tipo com maior concentração), morango, tomate, ervilha, vegetais de cor verde escura, etc. Entre os alimentos com maior nível de fósforo, estão o milho, o leite (e seus derivados), peixes, basicamente os alimentos também ricos em cálcio.

Em pessoas com insuficiência renal grave também há a grande preocupação com o controle de ingestão de líquidos, já que os rins controlam a necessidade de aumentar ou diminuir sua quantidade no organismo. Estas pessoas são obrigadas a reduzir drasticamente a ingestão de água e alimentos suculentos, como melancia, laranja, basicamente todos os alimentos que são cozidos em água, como massas, arroz, sopas, etc. com a certeza de que o abuso destes faz com que o líquido em excesso vá para os pulmões, causando edema pulmonar. Em vias de regra, é indicado beber apenas a quantidade que se urina por dia.

E talvez por fim, o controle do sódio. Este especialmente, é de suma importância, ou pelo menos deveria ser, tanto para pacientes renais quanto para pessoas sadias. Hoje em dia, com o descontrole total na fabricação e venda de todo o tipo de alimento industrializado (seja ele enlatado, congelado e afins), mesmo com seus níveis indicados nos rótulos das embalagens, muito pouca gente se preocupa e é um dos motivos pelo qual a quantidade de pessoas com problemas renais têm aumentado tanto, seja no Brasil quanto no mundo todo.

Diferente do que todos imaginam, não se encontra o sódio apenas em alimentos salgados. Muito se utiliza este elemento para inclusive mascarar o sabor dos inúmeros conservantes químicos (alguns até cancerígenos) usados em bolachas recheadas, wafers, refrigerantes, chocolates, etc. É de tamanha importância que gostaria de utilizar um tópico inteiro apenas falar sobre o sódio.

Bem, por enquanto é só.
Até mais!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Seja verdadeiro consigo mesmo

Olá!

Enquanto fazia algumas pesquisas, deparei-me com um trecho muito interessante da tragédia de Hamlet, de William Shakespeare, em que o personagem Polônio passava algumas "pérolas de sabedoria", da forma que todo pai deve (ou deveria) passar para seus filhos. E portanto, gostaria de repassar à todos, aqui, em sua forma original.

"The wind sits in the shoulder of your sail,
And you are stayed for. There--my blessing with thee;
And these few precepts in thy memory
See thou character. Give thy thoughts no tongue,
Nor any unproporcioned thought his act.
Be thou familiar, but by no means vulgar.
The friend thou hast, and their adoption tried,
Grapple them to thy soul with hoops of steel,
But do not dull thy palm with entertainment
Of each new-hatched, unfledged comrade. Beware
Of entrance to a quarrel, but being in,
Bear't that th'opposèd may beware of thee.
Give every man thine ear, but few thy voice.
Take each man's censure, but reserve thy judgement.
Costly thy habit as thy purse can buy,
But not expressed in fancy; rich not gaudy;
For the apparel oft proclaims the man,
And they in France of the best rank and station
Are of a most select and generous chief in that.
Neither a borrower nor a lender be,
For loan oft loses both itself and friend,
And borrowing dulls the edge of husbandry.
This above all--to thine own self be true,
And it must follow, as the night the day,
Thou canst not then be false to any man."

Comento abaixo, algumas das frases que me chamam atenção.

A primeira frase sublinhada diz: "Cuide seu caráter. Não dê língua aos seus pensamentos.
Nem qualquer pensamento desproporcional, sua ação".
A segunda diz: "Seja amigável, sem ser vulgar".
A terceira diz: "Dê a todos seu ouvido. Para poucos, sua voz".
A quarta diz: "Cuide seus hábitos, tais que sua carteira pode comprar,
Mas não se expresse em extravagância. Rico, não vistoso".
E por fim: "E isto, além de tudo--seja verdadeiro consigo mesmo.
E assim deve-se seguir, como a noite segue o dia,
Não seja falso com ninguém".

É isso. Até a próxima!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Extemporaneidade e a "Equação Humana"

Como diz o título, sairei um pouco da sequência de assuntos pois gostaria de "divagar" sobre um tópico que achei bastante interessante.

Talvez não seja conhecido por todos, a Band possui um programa veiculado toda terça-feira à noite, chamado "A Liga", que na minha opinião, é de cunho antropológico e sociológico bastante interessante. E o assunto desta semana não foi diferente, ao falarem sobre casamentos. Foram mostrados três tipos de casamentos; de pessoas ricas, pobres e um evento deveras interessante em uma aldeia indígena, no Amazonas.

Enquanto via as comparações destes três grupos sociais diferentes, perguntas e idéias começaram a surgir em minha mente. "Quais seriam as diferenças primordiais entre os três?", "Quais semelhanças pode-se encontrar nestas situações?".

Após assistir aos três; a noiva rica "dando pitis" por brigar com seu cabeleireiro favorito, a pobre, nervosa para que tudo desse certo dentro de suas limitações financeiras e a pobre índia presa numa oca por três meses, o noivo rico recitando palavras como "amor" e "família", o pobre engasgando ao explicar o motivo pelo qual se casava e o índio se preparando para um teste de força e resistência, a idéia de encontrar um ponto de convergência entre as três situações não me deixava parar de pensar.

E se tudo o que é feito pelo ser humano é fadado a falhar? Vendo os três cidadãos prestes a casar, em situações completamente diferentes, tentei analisar seus motivos reais, apesar de que todos aparentavam explicar o motivo do casamento com as tais palavras "amor" e "família".

  • O rico, talvez fizesse um casamento de aparências e interesses. Para o noivo, seria bom para os negócios e para noiva, "baladar" em inúmeras colunas sociais em uma cerimônia merecida de um "conto de fadas". 
  • O pobre, ao responder como estivesse sendo forçado a casar, pareceu fazer tudo aquilo com o intuito de agradar a noiva, já que os dois aparentemente tiveram uma briga durante o noivado.
  • O índio, que para casar precisava provar sua força e resistência à dor, apesar de usar as mesmas palavras que o rico, talvez fosse mais interessado em defender sua honra de guerreiro a assegurar o amor da donzela na oca.

Teologicamente falando, Deus criou tudo em Sua imagem. Racionalmente, o ser humano também cria em sua própria imagem. Talvez toda a criação do ser humano não conseguirá transpor a barreira da sua própria mortalidade. Talvez isso faça com que tudo o que for criado pelo ser humano, seja tão falho quanto ele próprio. Apesar da certeza de Lavoisier se referir a tudo o que foi criado por Deus, neste planeta tudo o que foi criado pelo homem perece, tudo se extingue. O que não acaba amanhã, em dez dias ou dez milênios, acabará eventualmente. Sejam pessoas, construções, tecnologias ou até casamentos. Quem sabe se pudéssemos vislumbrar a imortalidade da alma, conseguíríamos ver as coisas de outra forma. E assim, criar para durar.

E então, a resposta para a pergunta sobre semelhanças me pareceu clara; A Equação Humana, o fator humano é o único responsável por essa falibilidade. Em basicamente tudo o que temos na Terra, matematicamente se explicaria como "1+1=2". Curiosamente, ao inserirmos a equação humana, um mais um pode ser três, pode ser um, pode ser o que for, dificilmente será dois.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Jogos de PC: Starcraft II: Wings of Liberty



Hoje, falo sobre o título esperado por muitos (e eu enfatizo o "muitos") por mais de uma década entre viciados no gênero RTS (Real-Time Strategy, ou estratégia em tempo real). Parece que foi ontem, quando comprei e joguei pela primeira vez o pacote de expansão do game Starcraft...

Mas, deixando a nostalgia no passado, dia 27 de julho foi lançada a segunda versão, ou o quarto episódio da história. Felizmente, ao contrário do que foi feito na série Neverwinter Nights, onde o segundo foi definitivamente pior que seu predecessor, Starcraft II consegue trazer inúmeras novidades gráficas, tanto em cinemática quanto nas animações do próprio jogo. Novas unidades, upgrades, a possibilidade de usar zoom e uma forma de jogar totalmente diferente, que aliás lembra muito a série Mass Effect, sem estragar nada a jogabilidade tão conhecida e que distingue este RTS da maioria.


Para quem já viu os trailers, sabe como a Blizzard caprichou nos vídeos. Mas, também, eles sempre foram conhecidos por animações de tirar o fôlego. E com certeza, em Starcraft II, não desapontam.




Dentro do jogo, você reconhece os menus, comandos e tudo da primeira versão. Só que com gráficos e animações a anos-luz de melhora. Alguns upgrades (como o Stimpack do Marine) você compra com o dinheiro que recebe de pagamento por cada missão cumprida, que são 26 no total. Para quem ainda não conhece o título, existe um tutorial bem fácil de compreender, com informações básicas. Ah é, e você não é simplesmente "jogado" para cumprir missões. Desta vez, você escolhe o que quer fazer, quando quer fazer.


Diferente do primeiro Starcraft, onde você tinha as três campanhas das raças e as fazia em ordem, nesta a Blizzard separou em três publicações; Wings of Liberty (Campanha Terran), Heart of the Swarm (Zerg, sem data de lançamento) e Legacy of the Void (Protoss, sem data de lançamento).

Outra coisa é a parte multiplayer. Muita gente ainda lembra como funcionava multiplayer em '98 né? Ou jogava com várias pessoas dentro da battle.net (o que era divertido), ou você jogava com amigos via modem (fax modem!), no melhor sistema de um PC discar para a casa do outro e então jogar, quando a conexão permitia ou até alguém precisar do telefone e desconectar o jogo. Mas com doze anos de melhorias em MMORPG (como World of Warcraft), com certeza será diferente!

No Brasil, a primeira parte foi lançada por um preço médio de R$49,00, valor de pacote de expansão mesmo, diferente da versão de 1998.

Mas como nem tudo são flores, encontrei dois pontos negativos nesta "epopéia starcráftica". Primeiro, foi totalmente traduzido para o português. Se pelo menos fossem apenas os menus, mas precisava traduzir até as vozes das unidades? Aposto como muitas piadas perderam a graça...
O outro problema, na verdade, parece uma pegadinha. Você paga R$49,00 pelo jogo, o que dá o direito de jogar por 180 dias (seja no modo campanha ou no multiplayer). Mas no final deste prazo, você só vai poder jogar se pagar R$10,00 mensais! Mas me parece que a Blizzard ainda vai rever esta forma de "possibilitar que as pessoas no mundo inteiro possam jogar".

A Saraiva fez um evento especial para o lançamento do jogo em São Paulo, na noite do dia 27. Centenas de fãs fizeram contagem regressiva até a meia-noite, esperando poder levar uma cópia do jogo. Se os brasileiros se mostraram tão fãs da série, eu só imagino como foi na Coréia do Sul, onde tem gente que transformou o jogo em curso universitário (!) de tão viciados.




É isso aí, até mais!






(Imagem e informações da Folha.com. Nomes de jogos aqui citados são marcas registradas de suas respectivas empresas.)