quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Extemporaneidade e a "Equação Humana"

Como diz o título, sairei um pouco da sequência de assuntos pois gostaria de "divagar" sobre um tópico que achei bastante interessante.

Talvez não seja conhecido por todos, a Band possui um programa veiculado toda terça-feira à noite, chamado "A Liga", que na minha opinião, é de cunho antropológico e sociológico bastante interessante. E o assunto desta semana não foi diferente, ao falarem sobre casamentos. Foram mostrados três tipos de casamentos; de pessoas ricas, pobres e um evento deveras interessante em uma aldeia indígena, no Amazonas.

Enquanto via as comparações destes três grupos sociais diferentes, perguntas e idéias começaram a surgir em minha mente. "Quais seriam as diferenças primordiais entre os três?", "Quais semelhanças pode-se encontrar nestas situações?".

Após assistir aos três; a noiva rica "dando pitis" por brigar com seu cabeleireiro favorito, a pobre, nervosa para que tudo desse certo dentro de suas limitações financeiras e a pobre índia presa numa oca por três meses, o noivo rico recitando palavras como "amor" e "família", o pobre engasgando ao explicar o motivo pelo qual se casava e o índio se preparando para um teste de força e resistência, a idéia de encontrar um ponto de convergência entre as três situações não me deixava parar de pensar.

E se tudo o que é feito pelo ser humano é fadado a falhar? Vendo os três cidadãos prestes a casar, em situações completamente diferentes, tentei analisar seus motivos reais, apesar de que todos aparentavam explicar o motivo do casamento com as tais palavras "amor" e "família".

  • O rico, talvez fizesse um casamento de aparências e interesses. Para o noivo, seria bom para os negócios e para noiva, "baladar" em inúmeras colunas sociais em uma cerimônia merecida de um "conto de fadas". 
  • O pobre, ao responder como estivesse sendo forçado a casar, pareceu fazer tudo aquilo com o intuito de agradar a noiva, já que os dois aparentemente tiveram uma briga durante o noivado.
  • O índio, que para casar precisava provar sua força e resistência à dor, apesar de usar as mesmas palavras que o rico, talvez fosse mais interessado em defender sua honra de guerreiro a assegurar o amor da donzela na oca.

Teologicamente falando, Deus criou tudo em Sua imagem. Racionalmente, o ser humano também cria em sua própria imagem. Talvez toda a criação do ser humano não conseguirá transpor a barreira da sua própria mortalidade. Talvez isso faça com que tudo o que for criado pelo ser humano, seja tão falho quanto ele próprio. Apesar da certeza de Lavoisier se referir a tudo o que foi criado por Deus, neste planeta tudo o que foi criado pelo homem perece, tudo se extingue. O que não acaba amanhã, em dez dias ou dez milênios, acabará eventualmente. Sejam pessoas, construções, tecnologias ou até casamentos. Quem sabe se pudéssemos vislumbrar a imortalidade da alma, conseguíríamos ver as coisas de outra forma. E assim, criar para durar.

E então, a resposta para a pergunta sobre semelhanças me pareceu clara; A Equação Humana, o fator humano é o único responsável por essa falibilidade. Em basicamente tudo o que temos na Terra, matematicamente se explicaria como "1+1=2". Curiosamente, ao inserirmos a equação humana, um mais um pode ser três, pode ser um, pode ser o que for, dificilmente será dois.